Os irmãos kombeiros Valfrido e Marcelo Lira, acusados pela Polícia pelo assassinato das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, devem depor na Justiça, nesta segunda-feira (28), no Fórum de Ipojuca, no Grande Recife. Eles já deixaram o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, onde estão detidos. Sete agentes penitenciários escoltam o carro onde estão os acusados.
O interrogatório estava previsto para começar às 8h30, mas já está atrasado. Os advogados de defesa dos acusados, os defensores públicos José Francisco Nunes e José Antônio Fonseca de Melo, querem pedir um novo prazo para a realização do depoimento, pois, segundo eles, não houve tempo suficiente para ler todos os 34 volumes do processo. Ainda segundo os defensores, o último volume do inquérito ainda nem chegou às mãos deles.
O interrogatório dá início à primeira fase judicial do processo. A juíza Luciana Tavares, da 1ª Vara Cível de Ipojuca, deve ouvir também as testemunhas de acusação e defesa. Depois, caso julgue necessário, pode ouvir outras testemunhas para avaliar se existe indícios suficientes para encaminhar o caso para o Conselho de Sentença. Só assim, eles podem ser julgados por um júri popular, como acontece em casos de homicídios no Brasil.
A denúncia contra os irmãos kombeiros foi assinada por dois promotores, Ricardo Lapenda e Salomão Abdo Filho, de Ipojuca. Valfrido e Marcelo Lira foram acusados por tentativa de estupro e homicídio duplamente qualificado, portanto, cada um pode pegar de 12 a 30 anos de cadeia, caso sejam condenados. Desde o início das investigações, os acusados dizem que são inocentes.
Os kombeiros estão presos, desde a semana passada, no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. De acordo com a guarda do Cotel, os irmãos ocupam a mesma cela e estão no setor de disciplina, que fica isolado dos dois pavilhões do Cotel. O setor com dez celas é considerado o mais seguro para presos acusados de estupro.
da Redação do pe360graus.com, com informações do repórter Sérgio Borges
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