No Carnaval 2008, a Prefeitura do Recife estará mais uma vez divulgando a contracepção de emergência como uma estratégia para redução de danos da saúde sexual e reprodutiva das mulheres. Para tanto, a medicação estará disponível nos postos de saúde instalados durante o período momesco no Marco Zero (em frente ao Armazém 11) e na Praça da Independência (conhecida popularmente como Praça do Diario), além das maternidades e policlínicas municipais com pronto-atendimento. Entre elas, Bandeira Filho e Agamenon Magalhães, em Afogados; Barros Lima, em Casa Amarela; Arnaldo Marques, no Ibura; e Amaury Coutinho, na Campina do Barreto.
No fim da tarde desta quinta-feira (24), a secretária de Saúde do Recife, Tereza Campos, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa, esclarecendo sobre a utilização do método durante o Carnaval. "É bom deixar claro que não vamos distribuir o medicamento à população, e sim disponibilizá-lo nas unidades de saúde sob a condição de que haja uma avaliação médica, como fazemos durante o ano inteiro na rotina dos serviços de saúde do Recife", explicou. A iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde tem recebido amplo apoio da sociedade civil organizada. Tanto que após o posicionamento da Igreja Católica, 74 entidades de movimentos de direitos humanos de mulheres de todo o País entraram com uma ação coletiva contra a própria Arquidiocese de Olinda e Recife. O documento conta com apoio também da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Pernambuco (Sogope), do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e da Rede de Residência Solidária.
Sobre o uso - A contracepção é ofertada na rede municipal de saúde desde 2003. Entretanto, começou a ser disponibilizada durante o Carnaval a partir do ano passado, não tendo havido procura de mulheres pelo método durante a festa. "Disponibilizamos o medicamento apenas em casos de violência sexual, estupro e falha no método, conforme normas e protocolos definidos pelo Ministério da Saúde", afirmou Tereza Campos. A anticoncepção de emergência é uma estratégia utilizada para evitar uma gravidez indesejada até 72 horas após a relação sexual sem proteção.
No Recife, o método não é distribuído indiscriminadamente. Para ter acesso ao tratamento, a mulher terá de ser atendida por um profissional de saúde. "O anticoncepcional não pode ser usado como método anticoncepcional regular, visto que não é essa a sua função. O método mais seguro ainda é o uso da camisinha masculina ou feminina, que trazem a dupla proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez", afirmou Benita Spinelli, gerente de Atenção à Saúde da Mulher do Recife.
Desde o início deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde vem sensibilizando os profissionais sobre a importância de saber lidar com o assunto, especialmente no Carnaval. Um boletim foi elaborado com informações básicas sobre a contracepção e uma lista com as unidades onde buscar ajuda. Kits contendo uma camisinha masculina, uma camisinha feminina, dois contraceptivos e uma bula orientando a indicação e uso correto da medicação, além da importância da prática do sexo seguro, estarão disponíveis nos postos de saúde do Bairro do Recife. "Nossa intenção é garantir o compromisso de promover a saúde sexual e reprodutiva das mulheres e adolescentes de forma segura e satisfatória, como forma de garantir os seus direitos", afirma a gerente de Atenção à Saúde da Mulher.
FIQUE POR DENTRO
Onde encontrar a contracepção de emergência no Carnaval:
Postos de saúde
- Marco Zero;
- Praça da Independência (Praça do Diario).
Maternidades e policlínicas municipais com pronto-atendimento
- Policlínica Professor Barros Lima (Avenida Norte, 6465, Casa Amarela);
- Policlínica Amaury Coutinho (Rua Iguartu, s/n, Campina do Barreto);
- Policlínica Agamenon Magalhães (Largo da Paz, s/n, Afogados);
- Policlínica Professor Arnaldo Marques (Avenida Dois Rios, s/n, Ibura do Baixo);
- Maternidade Bandeira Filho (Rua Londrina, s/n, Afogados).
0 comentários:
Postar um comentário