segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Dom José Cardoso deve se pronunciar sobre entrevista do ministro da Saúde

O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, deve se pronunciar, nesta segunda-feira (28), sobre a entrevista do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ao programa Fantástico. Na conversa, o ministro criticou a decisão da Igreja de entrar na Justiça contra a Prefeitura do Recife, para tentar impedir a distribuição da pílula do dia seguinte durante o Carnaval pernambucano.

“A Prefeitura está correta e a Igreja está equivocada, mais uma vez. A Prefeitura está dentro do protocolo do Ministério da Saúde. A pílula é usada apenas por prescrição médica e essa é uma questão de saúde pública, não religiosa”, disse Temporão.

A polêmica começou na semana passada, quando dom José reprovou a decisão da Prefeitura do Recife de distribuir a pílula do dia seguinte durante os festejos de Momo. De acordo com ele, a pílula estimula a prática do sexo e até mesmo do aborto.

“É um pecado grave. Quem pratica o aborto está matando, destruindo a vida de pessoas inocentes. A Igreja Católica pune essa prática com a excomunhão”, explicou o líder da Igreja no Estado.

A secretária de Saúde do Recife, Tereza Campos, disse que o programa de distribuição da pílula do dia seguinte já está implantado em todos os postos de saúde da cidade desde 2001. Segundo a secretária, a pílula do dia seguinte não é abortiva.

Além do Recife, as prefeituras de Olinda e Paulista também confirmaram que vão fazer a distribuição da pílula do dia seguinte. Em Paulista, receberão o medicamento as mulheres vítimas de abuso sexual ou que provarem ter havido falha em outro método contraceptivo.Em Olinda, apenas as vítimas de abuso sexual receberão a pílula.

Mas não foi só a Prefeitura do Recife que recebeu apoio: a Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistema de Saúde (Aduseps) anunciou que entrará com uma ação civil pública contra a distribuição da pílula do dia seguinte.

A alegação da Aduseps se fundamentará na legislação vigente e no caráter cientificamente comprovado, segundo a entidade, de que a pílula age de forma a provocar abortos.

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