terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Ocupação desordenada do litoral contribui para erosão, aponta pesquisa

A ocupação desordenada de áreas de praia e a má execução de obras de contenção do avanço do mar vêm contribuindo, ao longo dos anos, para provocar estragos no litoral pernambucano. É o que mostra uma pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A área estudada tem 48 km de extensão e corresponde à parte central da Região Metropolitana, onde estão as cidades de Jaboatão dos Guararapes, Recife, Olinda e Paulista. Foram analisados os estragos provocados pelo mar na costa desses municípios nos últimos trinta e quatro anos.

O trabalho de pesquisa começou em janeiro de dois mil e seis. O projeto Monitoramento Ambiental Integrado identificou também que ações realizadas pelas prefeituras, como a construção de quebra-mar e diques nas praias do Janga, em Paulista, e Piedade e Candeias, em Jaboatão, foram mal planejadas e executadas de modo equivocado.

“O estudo mostra que mais da metade do litoral já está ocupada por alguma obra e tem problema de erosão”, explica a pesquisadora da UFPE, Tereza Araújo. “A maioria das obras de contenção, como diques, foram feitas para proteger o terreno, mas não protegem a praia”.

A pesquisadora Tereza Araújo coordenou o projeto e apresentou os resultados para professores e representantes de prefeituras e do Governo do Estado. Os resultados preliminares do estudo mostraram que Pernambuco tem a maior concentração demográfica do litoral brasileiro: 924 habitantes por quilômetro quadrado.

A pesquisa revelou ainda que a ocupação de áreas de praia na Região Metropolitana do Recife é a principal causa da erosão costeira. “Em muitos pontos, o problema se agravou porque não há mais espaço para o movimento natural das ondas e correntes marinhas”, acrescentou Tereza.

MEDIDASA partir do próximo ano, a execução das obras no litoral da região metropolitana será coordenada pelo Governo do Estado. “A Secretaria de Ciência e Tecnologia, será a coordenadora, junto com a de Recursos Hídricos, como executora das obras, e a de Planejamento, que vai captar os recursos necessários”, afirmou a geóloga e consultora da Secretaria de Recursos Hídricos Margareth Alheiros.

Ainda de acordo com Margareth, as prefeituras serão ouvidas. “Cada prefeitura vai determinar o desejo do município para a praia, se ela deve ser um balneário turístico ou um píer, por exemplo. Vamos promover essa discussão”.

As obras para contenção do avanço do mar no litoral pernambucano devem custar R$ 28 milhões.

da Redação do pe360graus.com

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