segunda-feira, 8 de outubro de 2007

PRESO MATA COMPANHEIRA DENTRO DO PRESÍDIO

Um crime bárbaro, com características passionais, ocorreu ontem, no dia de visitas, da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá. O preso Paulo Cristóvão Pereira, 36, matou a companheira com golpes de faca, logo depois de ter mantido relações sexuais com ela dentro da cela. Raquel Celeste Fagundes Coelho, 30, era mais uma entre as pessoas que se dirigem periodicamente aos presídios para visitar os parentes. Pouco depois, o assassino deixou a cela com a faca na mão, aos gritos, contando o que fez à mulher.
A atitude do preso, conhecido sob a alcunha de Paulo Doido, foi o estopim para que a desordem se instalasse momentaneamente e culminasse com o linchamento do detento. Foram dezenas de facadas por todo o corpo. Policiais militares de plantão precisaram desferir tiros para cima para tentar conter o tumulto. Os dois foram levados, às pressas, para o Hospital João Ribeiro, em Itapissuma, mas já chegaram mortos ao local. Um terceiro preso, identificado por Carlos Alberto Alves, que, segundo os agentes da penitenciária, teria tentado evitar a morte da mulher, teve um ferimento profundo em uma das mãos, e também foi socorrido em Itapissuma e depois levado de volta ao presídio.
Os crimes aconteceram no Pavilhão “Roço”, e por pouco não deram origem a um motim. Os presos não queriam que as visitas fossem interrompidas e a situação ficou tensa por alguns instantes. No entanto, com a chegada do Gerente Executivo da Penitenciária Barreto Campelo, coronel Geraldo Severiano da Silva, a situação foi normalizada e as visitas prosseguiram ordenadamente, sendo interrompidas por volta das 16h30. De acordo com informações colhidas pelos agentes penitenciários junto aos presos, Paulo Doido teria sido informado de uma suposta traição por parte da mulher, e jurou matá-la, caso ela aparecesse no dia de visitação.
Agentes da Delegacia de Paulista estiveram tanto no hospital, em Itapissuma, quanto na penitenciária, no intuito de dar início às investigações. Uma assistente social foi designada para ir até São Lourenço da Mata, informar às famílias sobre a morte dos parentes. Atualmente, a penitenciária conta com 1.342 detentos, quando a capacidade carcerária, segundo a última atualização da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), é de 1.118 presidiários. Os dois cadáveres foram encaminhados ao Instituto de Medicina Legal, no bairro de Santo Amaro, para perícia posterior.

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