Por meio de uma parceria, pesquisadores da UFPE e engenheiros da Celpe realizaram pesquisa voltada para desenvolver tecnologias visando à inibição do furto de cabos de aterramento de estruturas de redes de transmissão e distribuição de energia elétrica. Foram estudadas três soluções de aterramento não atrativo a furtos: vergalhões encapsulados para estruturas em operação, a utilização das ferragens dos postes para novas estruturas e uma análise preliminar de aplicação de polímeros com a função de condução de correntes elétricas.
O projeto "Estudo de alternativa ao sistema de aterramento utilizado nos sistemas elétricos de distribuição", coordenado pelo professor José Maurício de Barros Bezerra, do Departamento de Engenharia Elétrica e Sistemas de Potência da UFPE, e pelo engenheiro José Aderaldo Lopes, da Celpe, contou com a contribuição financeira dos Programas de Pesquisa e Desenvolvimento regulados pela Aneel, e está sendo divulgado em congressos e revistas nacionais e internacionais.
Segundo os pesquisadores, os condutores utilizados em linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica pela Celpe são alvo de furtos freqüentes, chegando, no período de 2003 a 2007, a um total de mais de dez quilômetros de condutores furtados, incluindo-se os utilizados também para condução de energia elétrica. Tais condutores são constituídos de cobre ou alumínio, os quais possuem valores comerciais que motivam os furtos registrados. Detalhes desses levantamentos apontam os municípios de Petrolina e Cabo de Santo Agostinho e a Região Metropolitana do Recife como as áreas mais afetadas no Estado.
O estudo envolveu três opções para a empresa de energia inibir os furtos. A primeira – vergalhões encapsulados para estruturas em operação – leva à utilização de vergalhão utilizado corriqueiramente para montagem de ferragens de vigas e colunas na engenharia civil. De acordo com o professor José Maurício, o encapsulamento feito com cimento e eletroduto tem a função de evitar a oxidação do ferro exposto ao ar livre. Trata-se de uma solução barata e que incorpora as características elétricas necessárias à condução das correntes de curto-circuito que poderão ser impostas.
Para utilização das ferragens dos postes com o propósito de condução de correntes de curto-circuito, a segunda opção apontada no estudo, foram propostas adequações especiais voltadas para assegurar a condutividade efetiva das mesmas, através da inserção de “estribos especiais” soldados às ferragens em pontos específicos.
Já a terceira solução através de polímeros seria alcançada através de misturas específicas que incorporassem características condutivas e pudessem ser utilizados em substituição aos condutores convencionais para aterramento de estruturas. Esta última alternativa se mostrou uma solução que pode ser perseguida a médio/longo prazo através da implementação de projeto de pesquisa básica a ser especificamente estruturado, destacou o professor da UFPE. “As contribuições alcançadas através das pesquisas asseguram a incorporação de novas tecnologias que agregam efetividade, segurança e baixo custo, garantindo, desta forma a prestação de um serviço essencial à sociedade moderna”, enfatizou José Maurício.
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