sábado, 11 de dezembro de 2010

A (rápida) deteriorização do trânsito no Recife

Em algumas vias, velocidade média dos carros é de 8 km/h. Menos da metade do que uma abelha consegue voar

Do blog acerto de contas

Em função do trabalho, passei um ano fora do Recife. Nos primeiros meses do ano ainda vinha nos feriados. Mas fiquei quase todo o segundo semestre de 2010 sem botar os pés na terrinha. E vou lhes dizer uma coisa: estou impressionado como o trânsito recifense deteriorou-se tão rapidamente.

Antes, como toda grande cidade, sabíamos quais rotas evitar em determinado horário para fugir dos congestionamentos. Agora, o “rush” não tem mais dia, local nem hora. Até nos sábados e domingos o tráfego é bem superior que há um ano.

Fui pesquisar e vi que em algumas vias a velocidade média dos carros é 8 km/h. Isso significa que para percorrer os 6,2 km da avenida Caxangá, por exemplo, levarei cerca de 47 minutos. Uma abelha, que voa a 17 km/h, faria o mesmo trajeto em menos da metade do tempo.

Temos, hoje, cerca de 1,8 milhão de veículos em Pernambuco – cerca de 1 milhão na região metropolitana. A média mensal de emplacamentos no Detran subiu cerca de 30%, desde que o governo federal reduziu o IPI (Imposto sobre Produção Industrial) dos veículos para aquecer a economia interna durante a crise mundial de 2008/2009.

A medida (junto a outras que estimularam o consumo) provou-se correta do ponto de vista econômico, mas trouxe um efeito colateral terrível. O Brasil está abarrotado de carros.

Some-se a isso, no nosso caso específico, a total inoperância do poder público na área. As obras viárias estão paradas. Os agentes de trânsito (pouco mais de 200 por dia, nas ruas) ficam muito mais preocupados em conferir o cartão da zona azul e multar que organizar o trânsito – gerando um vale-tudo entre os motoristas que só piora a situação. Caminhões escolhem as horas e lugares mais inconvenientes para fazerem carga e descarga. Não temos ciclovias. O traçado do metrô foge das áreas de maior adensamento populacional. O transporte público é caro e ineficiente (alô, Grande Recife!!! Até quando???).

A luz no fim do túnel me parece ser os investimentos em mobilidade urbana previstos para a Copa de 2014. Recife precisa aproveitar essa oportunidade e requalificar o trânsito, oferecendo opções decentes para o cidadão deixar o carro em casa.

Do contrário, amig@s, a melhor saída será o aeroporto!

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