segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Palafitas ainda é realidade para cinco mil recifenses

A cidade do Recife, uma das principais metrópoles do Nordeste, é também a metrópole da desigualdade. Em seu território, em que quase não há mais espaço, prédios de luxo surgem do nada, inclusive de áreas de proteção ambiental, contrastando com as mais de cinco mil famílias que ainda moram em palafitas.

O bairro dos Coelhos, próximo ao centro da cidade, concentra o maior número de palafitas, as quais surgem como paisagem, para os observadores das janelas do hospital esperança, um dos melhores hospitais particulares de Pernambuco. Dentro dessas construções, observa-se todo tipo de desrespeito à dignidade da pessoa humana que culminam, quase sempre, no aumento da violência e da prostituição.

As últimas gestões municipais combateram o problema habitacional construindo, prédios de três andares em terrenos da prefeitura. Tal iniciativa foi amplamente explorada pela mídia eleitoral e de fato, rendeu bons resultados, mas o que pouco se divulga é que as pessoas contempladas com as moradias nos residenciais construídos pela prefeitura estão novamente, ameaçadas de retornar as palafitas porque quase que a totalidade dos conjuntos habitacionais, apresentam risco de desabamento. Um desses casos, por exemplo, é o residencial novo prado no bairro do Bongi, construído há menos de cinco anos e com mais de uma interdição devido às rachaduras e infiltrações encontradas. Até agora, nada de concreto foi feito para conter as rachaduras e infiltrações nos apartamentos.

Se nada for feito, teremos, além dos mais de cinco mil moradores de palafitas do Recife, um saldo de pessoas que sentiram o gostinho de ter uma moradia digna, mas que, em função de políticas marcadas pela corrupção e incompetência, tiveram que voltar para as moradias miseráveis nas margens de rios e marés.

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