sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Prefeito do Recife desapropria histórico edifício Chanteclair




O prefeito do Recife, João Paulo (PT), assinou agora há pouco o decreto onde declara de Utilidade Pública, para fins de desapropriação, o edifício Chanteclair, no Bairro do Recife. Com a medida, o município assume os serviços de recuperação de um imóvel de grande valor histórico e cultural e que integra a área beneficiada pelo Programa Monumenta/BID, do Ministério da Cultura. A solenidade foi realizada na sala de Reuniões do gabinete do prefeito, e contou com a presença do vice-prefeito Luciano Siqueira, do representante regional do Ministério da Cultura Jorge Clécio, do superintendente regional do Iphan, Frederico Almeida, além de secretários de Governo e presidentes de autarquias municipais.
João Paulo destacou que a Prefeitura buscou todas as alternativas para viabilizar o empreendimento. Entretanto, devido à situação de precariedade na qual se encontra o prédio, uma edificação importante para o Recife, fez-se necessária a intervenção firme do Governo no processo. “Queremos garantir a manutenção do projeto inicial para o Chanteclair, que é de recuperá-lo para ser um centro cultural para a cidade. Numa segunda etapa, buscaremos parcerias com a iniciativa privada”, afirmou João Paulo.
A secretária executiva de Planejamento Participativo, Paula Mendonça, destacou que a desapropriação do Chanteclair é mais um passo importante para o resgate do Patrimônio Histórico do Recife. Ela integra as ações de conservação da Zona Especial de Patrimônio Histórico, na qual está integrado o antigo bairro portuário. O superintende regional do Iphan, Frederico Almeida, parabenizou a Prefeitura pela atitude que denominou como “corajosa”, em prol da preservação da cultura e do patrimônio regional.
A desapropriação visa garantir ao município a possibilidade de realizar o trabalho de restauração e recuperação da estrutura, da fachada e da coberta do Chanteclair. A Prefeitura do Recife irá concluir o serviço inicialmente gerenciado pela iniciativa privada, paralisado em 2004. O repasse dos recursos necessários para a realização das obras está garantido pelo Monumenta/BID, segundo a superintendência do Iphan.
O objetivo da gestão municipal é de garantir a preservação de um imóvel de grande valor histórico-cultural para a cidade, que data do século XIX. O prédio tem sua desapropriação avaliada em R$ 900 mil. Com a decretação de Utilidade Pública, o próximo passo será a elaboração do mapa de danos que possibilitará ao município ter o valor real de quanto será necessário para realizar os serviços de recuperação do edifício que possui três andares. Em seguida será aberta a licitação para contratação da empresa que realizará a obra.
Depois de concluída a recuperação e reforma, a proposta é de transformar o Chanteclair num grande centro cultural, a exemplo do que já ocorre em outros centros do País. Nesses locais, os imóveis de grande valor histórico passam a abrigar espaços onde as artes plásticas, a música e outras manifestações artísticas podem ser valorizadas, divulgadas e estimuladas.
O Edifício Chanteclair integra o conjunto arquitetônico do Pólo Alfândega, no Bairro do Recife. Ele data do fim do século XIX e possui três pavimentos. Durante anos ele teve o térreo e sobreloja ocupada por lojas e bares, e os demais andares por apartamentos residenciais. Depois, com o crescimento do porto, o edifício foi abandonado e transformou-se num prostíbulo. Um dos estabelecimentos mais tradicionais do local era o restaurante Gambrinus.
O programa Monumenta/BID visa a recuperação do patrimônio cultural urbano brasileiro e é executado pelo Ministério da Cultura com financiamento do BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento. No Recife, todo o Pólo Alfândega está sendo restaurado pelo programa, que inclui a recuperação da Igreja Madre de Deus, a readequação do conjunto Chanteclair, a urbanização do Cais da Alfândega e da rua da Moeda e avenida Alfredo Lisboa.

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