domingo, 31 de maio de 2009

Igrejas de Pernambuco concorrem a Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo


Pernambuco possui dois monumentos participando do concurso Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. O Convento de Santo Antonio e Ordem Terceira, no Recife, e o Mosteiro de São Bento, em Olinda, estão entre as 27 igrejas e fortificações de 16 países espalhados pela América do Sul, África e Ásia. As votações podem ocorrer até o dia 07 de junho no site www.7maravilhas.sapo.pt e o resultado será divulgado no dia 10 de junho, em Portugal.

O conjunto formado pelo jardim frontal e o prédio da Igreja de São Bento chama a atenção de quem visita Olinda. Parece convidar a quem passa a fazer uma visita. Mesmo com grandes dimensões, o edifício possui uma fachada elegante, em que se destaca uma torre com sino alta à direita, o brasão da Ordem Beneditina ao alto e, quase ao centro, a imagem do Sol. Segundo o abade Dom Filipe Silva, responsável pela igreja, a presença do astro-rei é para lembrar aos homens que nem tudo pode ser comandado por eles. A igreja foi fundada em 1592, mas foi destruída pelo incêndio dos holandeses em 1632. A atual edificação teve a sua frente executada em 1760.

Ao entrar na igreja, os olhos parecem ficar fixados no altar-mor confeccionado entre 1783 e 86 por Frei Miguel Arcanjo da Anunciação. As curvas, linhas e adereços do altar confeccionado em madeira de cedro e completamente folheado a ouro provocam encantamento. No centro está a imagem de São Bento, ladeada por Santa Escolástica e por São Gregório Magno. Na parte superior, existe o trono para o santíssimo sacramento. A beleza do altar já o transformou em atração principal da exposição Brasil de Corpo e Alma, realizada no Museu Guggenheim, em New York (EUA).

Do lado contrário ao altar-mor, mais precisamente no coro, pode ser vista uma imagem em tamanho natural de Cristo crucificado, rodeado por anjos e um esplendor. Passagens da vida do santo fundador da ordem beneditina e de seus monges podem ser vistas no teto. “A intenção das igrejas barrocas é ocasionar um deslumbramento em quem entra provocando uma nova descoberta com o olhar em cada detalhe da edificação”, explica o abade.

Localizado no centro do Recife, o Convento de Santo Antonio e a Ordem Terceira foi erguido originalmente no início do século XVII. A intenção era construir um convento para atender à população naquela área, explica o professor e arquiteto pernambucano, Fernando Guerra. Durante a invasão holandesa, o templo religioso funcionou como uma fortificação e recebeu o nome de Forte Ernestus. O local voltou às suas atividades religiosas com a expulsão dos flamengos.

O Convento e a igreja formam um conjunto harmonioso. A capela-mor é iluminada por uma clarabóia e tem uma cúpula semi-esférica recoberta por azulejos policromados que formam desenhos florais. Talhas douradas, pinturas no teto e grandes painéis de azulejos, que reproduzem a vida de Santo Antonio, enfeitam o templo. No lado esquerdo, pode-se observar um gradil de ferro que separa o a igreja da Capela Dourada da Ordem Terceira de São Francisco. No claustro interior e nos corredores, pode-se observar vinte e sete painéis de azulejos portugueses com episódios bíblicos, tais como a criação do mundo, Adão e Eva expulsos do Éden e a Torre de Babel.

Entre os séculos XVII e XVIII, foi construída a Capela Dourada em pleno apogeu do ciclo da cana-de-açúcar. Sua decoração é considerada uma das mais representativas do Barroco brasileiro . O altar, as talhas, as pinturas nas paredes e o teto são folheados a ouro.

Além do Mosteiro de São Bento e do Convento de Santo Antonio, o Brasil concorre a Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo com o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos (Congonhas – MG), Igreja de São Francisco de Assis da Penitência (Ouro Preto – MG), Mosteiro de São Bento (Rio de Janeiro – RJ), Fortaleza de Príncipe da Beira (Costa Marques – RO) e Convento de São Francisco e Ordem Terceira (Salvador – BA).

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